5 considerações para o CFO na hora de decidir sobre tecnologia

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Segundo a consultoria Gartner, em pesquisa divulgada em janeiro de 2021, os gastos mundiais com TI devem crescer 6,2% até o fim do ano. De acordo com o relatório, a velocidade é sem precedentes e corresponde a adesão ao trabalho remoto, ensino híbrido e novas rotinas de pessoas que se adaptaram diante do distanciamento social.

Os números são crescentes até 2022 e softwares empresariais, aquisição de dispositivos e sistemas de data center ocupam as primeiras posições na previsão de investimentos, com 8,8%, 8% e 6,2% de projeção de crescimento respectivamente, apenas neste ano. 

Os dados confirmam que o legado da pandemia é uma aceleração na transformação digital das companhias e dos indivíduos no geral. O relatório demonstra que os negócios digitais são a tendência tecnológica dominante. Nesse sentido, as companhias precisam acertar nesta corrida pela digitalização.

A Accenture, em seu relatório CFO Agora: velocidade de ruptura para valor de ruptura, mostra o caminho que a liderança financeira está seguindo de incorporar de vez as decisões de transformação digital, em um ritmo rápido e preciso, para impulsionar a competitividade e a lucratividade dos negócios.

 

CFO e implicações atuais sobre tecnologia

Segundo a pesquisa Gartner CFO Survey, 82% dos CFOs esperam passar mais tempo em tecnologias de análise avançada de dados e ferramentas financeiras em 2021

Já para o relatório da Protivit Global Finance Trends Survey 2021, as cinco prioridades do CFO são:

  1. 80% – segurança e privacidade de dados;
  2. 78% – análise aprimorada de dados;
  3. 74% – mudanças nas demandas e expectativas do público interno;
  4. 72% – planejamento e análise financeira;
  5. 72% – aplicações em nuvem.

Diante deste cenário, o CFO é um dos responsáveis por promover o uso de tecnologia e processos inovadores na companhia, em busca de melhores retornos.

Mesmo dentro das prioridades do departamento financeiro, o CFO ainda precisa levar em consideração alguns pontos na hora de investir em tecnologia. Confira:

 

1. Não subestime a importância da transformação digital

A transformação digital não se resume às tecnologias da informação às quais a empresa está disposta a aderir. Ela se inicia com o olhar para o cliente, seus hábitos e o que ele vai exigir da empresa nos próximos anos. Assim, é possível provocar mudanças que estimulem a competitividade sem cair no obsoleto.

Em artigo publicado pela consultoria McKinsey, Kevin Sneader e Shubham Singha deixam claro que, mesmo quando as restrições devido à Covid-19 começarem a diminuir, as empresas precisarão descobrir como operar de novas maneiras para terem resiliência, eficiência e por fim, competitividade.

A transformação digital deve chegar nas cadeias de suprimentos, planos de negócio, comercialização e modelos operacionais – este último, em parte online, pelo menos. Tudo isso para garantir viabilidade no funcionamento dos negócios.

 

2. Incorpore TI como estratégia corporativa

Charles Holley, CFO aposentado do Walmart, escreveu para o Jornal The Wall Street a respeito de como a tecnologia da informação aplica-se a um modelo de cima para baixo. Isso significa que a liderança deve assumir a transformação digital e fazer escolhas estratégicas.

Para o autor, a tecnologia da informação corresponde a criar oportunidades de crescimento, atender às necessidades competitivas e fornecer eficiência operacional. 

Sendo assim, quando CFOs e CEOs trabalham em sintonia, os investimentos em TI ficam a favor da estratégia corporativa.

Quais são os objetivos da companhia e como o investimento em tecnologia irá contribuir? CFOs que buscam essa resposta, geralmente tem um horizonte de futuro e contribuem para que as empresas estejam à frente dos concorrentes, buscando maior lucratividade, crescimento dos negócios e valor aos acionistas.

 

3. Acerte na tática

Reconhecendo a importância da transformação digital e dos investimentos em tecnologia, a tática deve passar por um profissional extremamente gabaritado para somar ao time da liderança. 

Companhias maiores assumem seu próprio CTO (Chief Technical Officer) para garantir um líder habilidoso e de confiança entre seus pares.

O alinhamento entre fornecedores também faz parte das medidas operacionais, a fim de que as soluções de tecnologia se complementem. Para isto é preciso que os CFOs acompanhem seus contratos, a prestação do serviço e os resultados alcançados. 

Neste sentido, também é possível reduzir o número de contratos e buscar por soluções em nuvem, como descrito pela reportagem da CFO Dive. O controle permite um gerenciamento no custo dos fornecedores, visando a eficiência dos serviços prestados.

 

4. Gerencie os processos internos

Investimentos em tecnologia geram períodos de adaptação, portanto treinamentos da equipe ainda são importantes e principalmente disciplina na execução.

O CFO que aprimora e cuida das habilidades em comunicação mantém a equipe engajada para que os resultados possam ser alcançados

Nesse escopo, se mantém a análise de custos e os demonstrativos de resultados para que o investimento em TI se alinhe com controle de gastos.

A tecnologia da informação é um projeto estratégico no qual é preciso determinar o período de investimento, monitorar os avanços de cada etapa e acompanhar a execução, portanto é importante revisar pipelines e utilizar KPIs para testar, medir e gerenciar.

 

5. Opte por mais dados em tempo real com foco na segurança

Resiliência e velocidade têm sido atributos das empresas que conseguem manter-se competitivas neste período pandêmico. Neste cenário, a adoção de tecnologias viabiliza decisões baseadas em dados, o que traz agilidade e informações fidedignas.

Com soluções nas nuvens são possíveis atualizações mais rápidas e acessíveis a todo o público corporativo. Dessa forma, líderes podem atuar simultaneamente e ativamente para corrigir erros com rapidez, bem como aumentar as chances do negócio crescer e ser lucrativo.

No relatório da Accenture, publicado em dezembro de 2020, os 400 entrevistados, mesmo durante a pandemia, disseram que estão investindo, em média, 33% do orçamento do departamento financeiro para construir operações e processos em tempo real. O foco é a implantação definitiva de um modelo baseado em dados. 

Em um universo de inteligência artificial, open banking e outras inovações, é importante dimensionar estratégias de proteção. Senhas fortes já não são mais suficientes para amenizar riscos de interrupção nos negócios e prejuízos financeiros. 

 

Conclusão

O CFO é uma liderança ativa na companhia, com fortes atribuições relacionadas à competitividade e ao crescimento do negócio. Em um momento de aceleração das transformações digitais, esse profissional também assume os projetos sobre tecnologia.

É um desafio diante da velocidade exigida pelas companhias e que demanda planejamento, controle e acompanhamento próprios da liderança financeira em prol da eficiência do negócio. 

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