6 formas de captação de recursos para empresas em diferentes estágios

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Apesar do IPO ser um dos temas mais quentes em empresas de todos os portes, nem todas pensam ou estão preparadas para esse passo. Mesmo assim, há diversas formas de captação de recursos que podem se encaixar em diferentes estágios do desenvolvimento de um negócio.

Para discutir esse tema, Goldwasser Neto, cofundador e CEO do Accountfy, plataforma SaaS para gestão de performance corporativa, nos ajudou a listar e detalhar alguns modelos de captação recursos.

Alguns deles foram utilizados pelo próprio Accountfy para se tornar e empresa reconhecida que é hoje, com mais de 500 grupos econômicos como clientes e atividades na América Latina e Estados Unidos. 

Incubadoras 

No início da jornada de grande parte das startups brasileiras – que hoje já somam mais de 13 mil empresas – parques tecnológicos, incubadoras e hubs de inovação podem oferecer o suporte inicial para o desenvolvimento dessas ideias. 

As incubadoras, que podem ser de iniciativa pública ou privada, acolhem startups em fase de ideação ou MVP (mínimo produto viável), momento em que as empresas estão testando suas soluções. O objetivo ali é acrescentar valor à empresa por meio de materiais, redes de relacionamentos e treinamento para empreendedores e equipes.

Aceleradoras

Espaço para startups que já testaram seus MVPs e estão prestes a se tornar rentáveis e ganhar mercado. Os programas de aceleração duram um período pré-determinado e participam startups que tenham sinergia com o que é proposto pela aceleradora. É comum, mas não regra, que aceleradoras realizem aportes financeiros nas startups aceleradas durante o programa em troca de participação societária na empresa.

Investimento-anjo

Este é o investimento mais inicial de todos. É para onde recorrem grande parte das startups ainda em seu começo. O investimento-anjo é realizado por uma ou mais pessoas físicas de capital próprio, os chamados investidores-anjo. Embora não tenham uma posição executiva na empresa, eles comumente são empresários ou executivos que, junto com o capital, também agregam valor à empresa por meio de suas redes de relacionamento, experiência e mentorias. Os aportes por investidores-anjo costumam variar entre R$200 mil e R$1.5 milhão.

Capital semente (seed money)

Considerado o segundo nível de investimento, após o investimento-anjo, os valores aportados nesta categoria variam de R$500 mil a R$2 milhões. Ainda voltado para empresas em estágio inicial, o objetivo do seed money é acelerar o crescimento de empresas de alto impacto, especialmente aquelas em fase de implementação de processos. 

Venture capital

Voltado para empresas de pequeno e médio portes, o venture capital é uma modalidade de investimento usualmente voltada para aquelas em processo de expansão. Assim, o valor captado é utilizado para assegurar o crescimento exponencial do negócio.

Como em outros modelos, os fundos de investimento que realizam o aporte de capital detém uma participação societária na empresa. Os meios mais comuns para se chegar a um investimento de venture capital são por meio de fundos regulamentados pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM), como Fundos de Investimento em Participações (FIP) ou Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes (FMIEE).

O valor de investimento nesta fase pode variar de acordo com o valor de mercado da empresa. Segundo o CrunchBase, já foram investidos mais de R$ 7,7 bilhões em venture capital no Brasil, em 2021.

Os investimentos Série A se referem à primeira vez em que uma empresa recorre a fundos de venture capital para levantar fundos. Geralmente, a primeira rodada é realizada para ajustar e otimizar processos e produtos ou serviços da empresa investida.

A segunda rodada, chamada de Série B, costuma ter o objetivo de fazer com que a empresa investida cresça e atinja novos mercados, por exemplo. Já a rodada Série C costuma ser realizada com empresas já bem consolidadas em seus mercados e com bom desempenho em mercados estrangeiros. 

Private Equity

Assim como o VC, os investimentos realizados por fundos de private equity são regulamentados pela CVM, como o FIP. Este modelo, ao contrário do que é o mercado de ações, é realizado para empresas que não tem capital aberto, tornando-se a forma com que investidores adquirem participação no capital social do negócio investido. 

É uma modalidade voltada para empresas mais robustas, que tenham uma margem de lucro e estabilidade no mercado. Um dos principais objetivos do private equity é consolidar a empresa investida, para que futuramente ela possa abrir ações na bolsa de valores e se tornar uma empresa de capital aberto.

Governança financeira e captação de recursos

A governança financeira é o conjunto de boas práticas que legitimam a transparência nos processos financeiros e contábeis de uma corporação. Para empresas que buscam formas de captação de recursos e que cuidam da sua reputação perante os investidores a governança financeira é indispensável.

Em um modelo macro de governança, as finanças corporativas são onde as expectativas dos investidores estão ancoradas. Desta maneira, é necessário ter em plano um projeto de transparência e acesso às informações sobre a gestão financeira e a capacidade organizacional das contas. 

Relatórios validados por auditorias independentes trazem ainda mais legitimidade e fortalecem a confiança entre ambas as partes: companhia e investidores. Na captação de recursos por meio de investimentos, todos os detalhes importam e ajudam a atrair essas diferentes fontes, demonstrando não só uma saúde financeira, mas um comprometimento com o crescimento dos números e a legalidade em suas operações.

 

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