Valor de fusões e aquisições cai 21% no primeiro semestre e revela cautela

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O valor de fusões e aquisições caiu 21% no primeiro semestre de 2022, aponta a Refinitiv, fornecedora global de dados e infraestrutura do mercado financeiro, totalizando mais de US$ 2.2 trilhões. Além do valor, houve também redução no volume de negociações, com 700 transações anunciadas, 17% a menos se comparada ao primeiro semestre do ano anterior. 

Segundo a Refinitiv, tensões geopolíticas e incertezas macroeconômicas são os principais freios do mercado, que levaram os tomadores de decisão a considerarem uma pausa.

“Com a inflação acumulada, vulnerabilidades a nível global, pandemia, alto grau de volatilidade e juros nas alturas, cresce o grau de risco dessas operações, e sem o estímulo econômico, empresas tendem a pensar duas vezes antes de alocar investimentos”, afirma Silvia Leopoldino, controller no Accountfy.  “Em receio a uma possível recessão, conselheiros estão colocando em primeiro plano a estabilidade financeira e se preparando para novas turbulências.”

Os dados ainda mostram que as atividades do mercado de equity capital registraram queda de 61%, com US$ 237 bilhões. Seguindo a mesma tendência, o mercado mundial de capitais de dívida encerrou o semestre com baixa de 14%, com US$ 4.8 trilhões.

Apesar disso, foi o melhor período para mega-acordos, com negócios fechados acima dos US$ 10 bilhões, resultando na alta de 11% em operações únicas dentro desse valor. Entre as quatro principais operações, duas foram no setor de tecnologia: a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft por US$ 69 bilhões; a compra da VMware pela Broadcom por US$ 68 bilhões.

No mercado emergente (Brasil, China, Emirados Árabes Unidos, Índia e Taiwan), os negócios do setor de tecnologia representam um quarto do valor total, recorde histórico de acordo com a Refinitiv, fechando com um montante de US$ 531 bilhões. 

“No Brasil, o setor de tecnologia é um dos que mais movimenta o mercado de fusões e aquisições. Impulsionado pela onda de digitalização provinda da pandemia, é um dos menos impactados pela retração econômica”, afirma Silvia. “A transformação dos negócios se manteve um investimento crescente dentro do planejamento financeiro e a tendência é que, com o surgimento de novas tecnologias, continue liderando as operações de M&A.”

Cenário de fusões e aquisições brasileiro

O relatório Market Report Fusões e Aquisições/M&A Brasil, elaborado pela consultoria Kroll, reuniu os resultados das operações de M&A no Brasil de janeiro a junho de 2022 e revelou que o cenário de recessão é o mesmo. Segundo a análise, incertezas globais, combinadas com cenário desafiador interno, afetaram o volume de operações.

Durante o período, foram anunciadas 735 transações, com uma baixa de 2,3% em comparação ao mesmo período em 2021 (752) . Dessas, 94 foram apenas no mês de junho, 19,6% a menos em relação ao mesmo mês do ano anterior (117).

De acordo com o relatório, as 20 maiores transações (excluindo a operação de privatização da Eletrobrás) do primeiro semestre totalizaram mais de R$ 61,6 bilhões.

Entre os setores mais aquecidos, estão os ligados a tecnologia, serviços financeiros, serviços B2B e B2C, logística, energia e produtos de consumo.

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