Modelagem financeira: a importância da análise de diferentes cenários

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Não basta acompanhar a situação financeira da empresa, um papel relevante do gestor é prever diferentes conjunturas para se planejar e conseguir reagir rapidamente às novidades, isso é possível com a modelagem financeira

Para uma decisão eficiente sobre definição de gastos, reduções necessárias, alocação de capital, implementação de projetos e investimentos, o ideal é se preparar com antecedência. Considerar diversos cenários que podem impactar no andamento dos planos da empresa. Essa análise pode ser feita a partir da modelagem financeira.

“Com a projeção de receitas, custos, despesas e capital de giro, os gestores podem entender melhor o que vem pela frente. Quando você modela isso tudo, comprimindo as informações em cenários diferentes, prevendo o que pode acontecer, você consegue antecipar o impacto no caixa. Assim pode se proteger melhor e ter um suporte na hora que decisões precisam ser tomadas” explica Goldwasser Neto, economista e CEO do Accountfy.

Esse processo permite mensurar o desempenho da organização e conferir se as decisões tomadas apresentam resultados promissores. Com as medições das informações financeiras – e de outras áreas também – é possível monitorar o progresso e corrigir eventuais falhas. Tendo acesso aos dados de desempenho de períodos passados e observando possíveis cenários futuros a empresa pode se preparar para enfrentar eventuais mudanças com mais tempo. E assim conquistar maior competitividade no mercado.

Antigamente era comum as empresas basearem suas decisões somente em informações financeiras, mas em um contexto cada vez mais globalizado, e dinâmico, outros critérios precisam ser considerados pelos gestores, como a satisfação e retenção dos clientes, a inovação tecnológica e a qualidade dos produtos.

Quando utilizar a modelagem financeira?

Em todo o momento. O conjunto de técnicas que possibilita a modelagem financeira deve ser revisitado com frequência uma vez que os cenários variam com o passar do tempo. Por isso a modelagem deve ser um recurso utilizado e atualizado diversas vezes de acordo com o prazo estabelecido.

Existem diferentes prazos, podendo ser curto, médio ou longo. O que diferencia é o período passado que está sendo comparado e o período de previsão, que indica o tempo futuro a ser considerado.

Por exemplo, para a renegociação com fornecedores, a modelagem pode considerar o prazo do contrato e diferentes premissas, como o cenário econômico, metas de vendas e os juros. Assim é possível prever qual o melhor momento para a nova data de pagamento e quais argumentos podem ser usados para o convencimento do fornecedor.

Cabe destacar a importância de considerar a maior variedade de cenários possíveis, desde o mais pessimista, moderado ou otimista. Assim, crises externas à empresa, mas que afetam a produção por exemplo, podem ser previstas. Ou então condições econômicas ideais para a internacionalização de um negócio podem ser estudadas com antecedência, dando suporte à empresa na estruturação de um negócio fora do país.

Minimizar impactos e potencializar investimentos são resultados de um planejamento bem feito. E para que isso não só seja possível, como mais acessível, existem ferramentas que auxiliam nesse processo.

Tecnologia como aliada

De acordo com um estudo publicado no European Journal of Operational Research, pelo especialista em engenharia financeira, Constantin Zopounidis – em conjunto com outros autores – é percebido o aumento na utilização de técnicas sofisticadas de modelagem para suportar o processo de tomada de decisão em empresas.

O uso de softwares, por exemplo, tem auxiliado gestores na hora de comparar critérios variados, uma vez que os sistemas financeiros mundiais tem se tornado cada vez mais complexos.

A tecnologia tem ajudado na análise de uma quantidade cada vez maior de informação – tanto qualitativa quanto quantitativa -, em diferentes cenários. Respeitando a necessidade de cada negócio e prevendo orientações confiáveis para evitar danos financeiros.

No caso da solução ofertada pelo Accountfy é possível organizar dados e construir equações que calculam perspectivas a partir de uma gama de variáveis. Assim podem ser feitas análises de diferentes cenários para uma mesma premissa, seja ela financeira ou não. Com os resultados, o board pode definir as prioridades e as reduções de despesas que vão gerar mais valor para o negócio.

“Com a modelagem financeira você consegue fazer a construção de orçamento base zero, discutindo critérios operacionais. Por exemplo, para calcular despesas com viagens, ao invés de incluir um valor histórico, que tenha crescimento com base na inflação, é possível calcular a partir de um critério objetivo, considerando o número de viagens, o trecho percorrido, e o cálculo de viagens por trecho. Ao considerar isso um gestor pode prever um corte de gasto a partir do trecho viajado e não do custo total com passagens aéreas” explica Neto.

Em síntese, a plataforma do Accountfy é ideal para modelagens financeiras de curto e médio prazo. Ou seja, considerando cenários de até 12 meses, em projeções de riscos e investimentos. Sendo possível gerar desde análises mais simples até o levantamento de informações mais técnicas e detalhadas.

A modelagem financeira funciona em períodos de crise?

Diante da conjuntura atual, com constantes mudanças econômicas provocadas pelo novo coronavírus, dedicar tempo a se planejar pode parecer impróprio diante de outras urgências da empresa. Mas ainda assim convém utilizá-la.

Por mais que o ideal seja aplicar técnicas para antecipar situações negativas, protegendo o negócio com escolhas preventivas, em episódios inesperados os gestores podem contar com este recurso para se preparar rapidamente. Com cautela eles visualizam diversas situações em curto e médio prazos. Mesmo não tendo tanto tempo para a tomada de decisão, as informações estarão baseadas em cálculos que garantem maior segurança para escolha de caminhos, como o corte de despesas e a otimização dos custos do negócio.

Nas definições para a simulação de cenários e no acompanhamento das revisões, as empresas devem contar com o maior número de colaboradores possível, engajando toda a equipe às metas. Ainda mais em um cenário de crise, é imprescindível que todos entendam o plano de ação para a evolução dos processos e as responsabilidades individuais.

Há muitos usos para a modelagem, como o cálculo do serviço da dívida, capital de giro, inadimplência, impostos sobre receita e folha de pagamento – ainda mais importantes durante uma crise.

Confira dicas para conhecer mais dessa técnica

Caso seja uma novidade ou se você está começando um novo negócio, saiba que o Sebrae oferece o curso gratuito de “Modelagem Financeira para Startups”. Nele são apresentadas questões básicas, métodos tradicionais e inovadores, e as premissas que podem ser úteis para o modelo matemático. Para acessá-lo clique aqui.

Já aqueles que possuem conhecimento sobre o tema, mas buscam se aprofundar, indicamos duas leituras. A primeira é o livro Econometria: Princípios, teoria e aplicações práticas, escrito pelo professor de economia Damodar Gujarati, que é referência no assunto. Ou então a dissertação de Diogo Ferreira de Lima Silva sobre modelagem financeira com múltiplos critérios, defendida em 2018 na Universidade Federal de Pernambuco.

Por outro lado, para quem busca um conteúdo mais prático são os vídeos do administrador Ricardo Giacomo Maluf. Em seu canal ele compartilha a experiência dele com a modelagem financeira e apresenta diversas utilidades para esse recurso tanto em FP&A quanto em outras áreas.

Ficou interessado em saber como a modelagem financeira pode ser feita no Accountfy? Temos especialistas à disposição que podem te ajudar a entender melhor essa funcionalidade. Fale com um especialista!

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