5 prioridades do CFO para o ano de 2022

Tempo aproximado de leitura: 5 minutos

Uma das prioridades do CFO é a aceleração da empresa em busca de mais competitividade e lucros para o próximo ano. Mais do que garantir eficiência operacional nas finanças, ele lidera a tomada de decisão a partir da análise dos dados, contribuindo no alcance dos objetivos. 

A KPMG, em sua pesquisa anual para 2022, aponta que a confiança da sociedade está altamente atrelada à gestão financeira, principalmente aos relatórios cada vez mais minuciosos e transparentes. David Linke, um dos líderes globais da consultoria, afirma que os sistemas tributários, a reputação e a estrutura financeira nunca foram tão valorizadas.

A agenda do CFO muda a cada ano e não será diferente em 2022. A análise dos dados  e as adequações regulatórias farão parte do dia a dia deste executivo. Continue a leitura e confira mais algumas prioridades para esse executivo segundo as principais consultorias e revistas de negócios do mundo.

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1. Relacionamento ou parcerias de negócios

A Accenture, em sua Pesquisa Global de CFO de 2021, mostrou que 88% dos CFOs adotaram o papel de “arquiteto de valor empresarial” no último ano, introduzindo métricas que aumentaram a influência da área financeira em outros times. 

Os líderes financeiros desenvolveram habilidades sociais e aprimoraram suas técnicas de influência, motivando as equipes a corresponderem às necessidades do negócio. Segundo o estudo da Accenture, tais técnicas devem continuar no próximo ano.

Por exemplo, temos a relação das finanças com as áreas de tecnologia. Omar Choucair, CFO da Trintech, em artigo publicado pela Forbes, destaca que o CFO e o Chief Information Officer (CIO), ou Diretor Executivo de Informação em português, devem trabalhar juntos para “gerar valor dentro de uma organização, permitindo que as dores operacionais sejam resolvidas”.

Para Choucair, os benefícios de se remover silos operacionais, ou seja, eliminar sistemas isolados, vão desde a melhoria dos processos financeiros até a condução do engajamento dos funcionários. Isso mostra que o relacionamento entre os líderes contribuirá com o crescimento organizacional. 

Os CFOs também devem se atentar à contratação e retenção de profissionais qualificados, estimulando técnicas de desenvolvimento pessoal. A Harvard Business Review destaca o trabalho híbrido como uma das vias para enfrentar o estresse corporativo, ajudando a manter o capital humano, o que impacta positivamente os resultados financeiros.

2. ESG

A Bloomberg define como “explosão ESG” a cifra de trilhões de investimento em busca de companhias que crescem com atenção aos critérios ambientais, sociais e de governança ou Environmental, Social, and Governance (ESG) em inglês.

A sigla é cada vez mais comum entre CFOs e líderes financeiros que devem demonstrar, com transparência, os gastos com sustentabilidade em suas empresas. Sociedades de capital aberto precisam se atentar ainda mais, pois devem estar em conformidade às novas normas de contabilidade em ESG.

Em novembro de 2021, a Fundação IFRS lançou a International Sustainability Standards Board (ISSB), considerada a primeira versão de uma norma internacional voltada à verificação dos padrões de divulgação em sustentabilidade.

 A agenda sustentável impacta as receitas de uma empresa, seus custos operacionais, projeções e também as despesas de capital ou investimento em bens de capital (capex). Estes impactos podem afetar o fluxo de caixa da empresa e sua taxa de crescimento, o que refletirá no valuation. 

Em Luxemburgo, na Europa, a consultoria PWC lançou um material inédito para que os mercados se preparem para a divulgação de informações sobre ESG, em especial relacionada às finanças, na expectativa que esta seja a grande mudança regulatória dos próximos cinco anos. Cabe ao CFO compreender cada vez mais os reflexos das políticas em ESG na competitividade e regulamentação da empresa. 

3. Supply chain e o desafio da escassez de commodities

2021 foi um ano com alta inflacionária e escassez de matéria-prima. As interrupções na cadeia de suprimentos exigiram que os CFOs atuassem rapidamente na proteção do caixa das empresas.

Os CFOs devem manter-se atentos em 2022 na busca por previsibilidade do acesso às commodities e como se precaver em casos de alta excessiva. 

A consultoria Goldman Sachs aponta que não há como saber se as cadeias de abastecimento globais vão se recuperar o suficiente para que os preços se normalizem. Sendo assim, há perspectivas de inflação ainda mais alta que o nível pandêmico para 2022 .

CFOs, diante da crise de supply chain, devem antecipar-se na gestão da inflação e possível ausência de matéria-prima. Uma relação de parceria com os fornecedores, inclusive com renegociações e renovações contratuais, é recomendável nesse processo. 

Além disso, CFOs devem priorizar a atualização dos dados nos sistemas, monitorando o fornecimento e analisando seus ciclos de entrega e preços.

4. Computação nas nuvens e SaaS

A revista Forbes destaca que, durante 2020 e 2021, a computação em nuvem explodiu à medida que os negócios se adaptaram à pandemia global, concentrada na entrega de serviços digitais e no trabalho virtual

Segundo a revista, em 2022, ocorrerá uma rápida continuação do uso da nuvem. Dessa maneira, empresas não precisam investir em servidores particulares, podendo contar com atualizações constantes.

Os aplicativos SaaS, também conhecidos como softwares como serviço, acompanham o crescimento na nuvem. Esse modelo viabiliza que o cliente tenha acesso ao serviço por desktops e aplicativos móveis e o desonera do desenvolvimento do software. 

Com custos mais baixos, normalmente por assinaturas mensais, o SaaS costuma ser compatível com outros softwares ou aplicativos existentes. A integração facilita a disponibilidade e análise dos dados, assim como a demonstração dos resultados.

A computação nas nuvens junto aos aplicativos SaaS estão à disposição dos serviços financeiros. Seu uso acelera as obrigações dos dia a dia e oferece acesso rápido aos resultados das empresas. Dessa maneira, o CFO agiliza sua rotina, podendo trabalhar de qualquer lugar, com segurança.

5. Upgrade das competências digitais 

 O Gartner, no artigo “Transformação digital das finanças: 10 estratégias para CFOs”, destaca que a liderança financeira precisa desenvolver habilidades digitais para toda a equipe, elencando os principais itens:

  • Alfabetização tecnológica: como explorar a tecnologia digital existente para gerar melhores resultados para as finanças e os negócios;
  • Tradução digital: explicar como as tecnologias digitais interagem com as partes interessadas, por processos e sistemas financeiros;
  • Aprendizagem e desenvolvimento digital: aprofundar-se em um ciclo de aprendizagem e naturalizar as rápidas adaptações;
  • Gerenciamento de polarização digital: computadores serão cada vez mais autônomos, no entanto a equipe deve compreender e resolver possíveis distorções no machine learning, gerenciando o risco da inteligência artificial;
  • Ambição digital: capacidade e motivação para integrar a tecnologia a novas formas de trabalho.

Novas tecnologias aparecem a todo instante e trazem mudanças profundas ao trabalho. Por exemplo, nos dias atuais, escolas de negócios internacionais analisam o uso da computação quântica nas finanças através  de computadores ultra rápidos com capacidade analítica inédita.

O desenvolvimento das habilidades digitais é urgente e ele estimula que o CFO aprimore suas apresentações de resultados. O domínio das tecnologias e análise dos dados, somados a plataformas que permitem dashboards ilustrativos e animados, fazem do líder financeiro um verdadeiro storyteller.

Cole Knaflic destaca no livro “Storytelling com dados” que a capacidade de contar história em finanças esclarece quais são os rumos que a empresa deve tomar, ajudando na tomada de decisão e motivando times.  

Considerações

O papel da área financeira está evoluindo a cada ano. Após uma rápida aceleração digital, os CFOs ainda devem se adaptar para mais inovações tecnológicas em 2022, sempre aptos a aprender e estimular novas habilidades em seu time.

O desempenho simultâneo de papéis técnicos e humanizados levam o CFO a ser um líder indispensável, agregando valor aos negócios e contribuindo eficientemente na tomada de decisão.

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