Cinco tendências de FP&A para os próximos anos

Tempo aproximado de leitura: 4 minutos

A sigla FP&A (Financial Planning and Analysis), planejamento e análise financeira no português, é uma parte estratégica da área financeira que realiza o levantamento de dados da empresa para uma tomada de decisão embasada e analítica.  

O planejador financeiro é um líder na companhia que atua com outras áreas e contribui para a previsão de cenários. Ele analisa as tendências de negócios e explora quais medidas podem melhorar o desempenho da empresa.

Continue a leitura deste material e confira as principais tendências de FP&A para os próximos anos.



1. Uma abordagem 100% digital ao FP&A

O FP&A trabalha com dados capazes de serem controlados e auditados. Do contrário, a organização corre riscos de errar em sua gestão orçamentária, na previsão de cenários e demais decisões que atingem as suas finanças e desempenho. 

As planilhas nos computadores tornaram-se insuficientes para as posições mais analíticas. Seu uso é vulnerável às falhas, pois os arquivos podem ser editados por áreas isoladas e as informações não são atualizadas automaticamente muitas das vezes. O modelo também é limitado na apresentação de reportes.

Um estudo publicado nos Estados Unidos, em agosto de 2020, afirma que 58% das empresas de médio e grande porte usam planilhas para gerenciar seus processos de planejamento e orçamento, mesmo que 41% dos seus usuários as considerem incapazes para lidar com os volumes de dados.

Um planejador financeiro que visa precisão e detalhamento nas análises de dados deve buscar a substituição das planilhas por sistemas ágeis e seguros. A automatização elimina o retrabalho e simplifica a geração de relatórios.

2. Planejamento estratégico integrado ao FP&A  

A consultoria Gartner em seu roteiro sobre revisão estratégica conclui que em 2024, 70% do FP&A estará focado em projetos de planejamento e análise estendidos, mais conhecidos como xP&A, do inglês Extended Planning and Analysis.

O xP&A ou planejamento estendido permite a integração entre as áreas, além do financeiro, possibilitando aos membros da alta administração a visibilidade do negócio, dos pontos de melhoria e como aumentar o desempenho da empresa.

Gregory Panik, vice-presidente de FP&A da CTDI, afirma que “a principal diferença entre FP&A tradicional e xP&A está na quantidade e variedade de dados que entram em sua análise e como ela se vincula aos objetivos do negócio”.

O planejamento estendido contribui para melhorar as previsões de cenários, estimular os negócios e impactar positivamente os resultados financeiros da organização. 

O xP&A junto à automatização das tarefas viabiliza o fim dos silos de dados – quando as áreas guardam arquivos de seu setor de maneira isolada. A consolidação dos dados permite que todos acessem as informações em tempo real. 

O xP&A permite um planejamento consistente e contínuo, estendendo-se além do escritório de finanças.

3. Rolling forecasting e a previsão de cenários 

A previsão contínua é uma alternativa para cenários de constantes mudanças e que auxilia os gestores a canalizarem os recursos com eficiência.

O termo em inglês “rolling forecasting” refere-se aos processos de estimar ou realizar projeções de negócios baseados na combinação de dados financeiros e orçamento. Comumente encontrado em abordagens financeiras, a técnica busca melhorar o desempenho da empresa e antecipar-se aos desafios futuros. 

Uma pesquisa realizada pela IBM, em 2018, constatou que as organizações que adotaram o rolling forecasting aumentaram em 14% a precisão de suas previsões, reduziram em 33% o tempo de preparo delas, melhoraram a receita em 50% e em 300% a produtividade.

É verdade que estamos fazendo orçamentos para prazos mais curtos. No entanto, isso nos permite dar metas alcançáveis as quais as pessoas possam se concentrar, afirmou Chris Pass, CFO do John Muir Health, uma rede de hospitais com base na Califórnia, ao portal RevCycle Intelligence.

4. Orçamento base zero 

No último ano, a liderança financeira utilizou o orçamento baseado em zero com maior frequência. Essa técnica de planejamento identifica os custos e despesas essenciais para o funcionamento da empresa, desconsiderando informações de períodos anteriores.

Orçamentos estáticos tornam-se limitados às mudanças de curto prazo. Dados históricos podem ser irrelevantes em cenários inesperados e o planejamento financeiro da empresa deve se adaptar rapidamente.

Os princípios do orçamento base zero (OBZ) não se limitam à redução de custos. Eles são utilizados como uma estratégia de redistribuição do caixa com o objetivo de impulsionar o crescimento da organização.

O International FP&A Board desenvolveu o conceito FP&A baseado em zero que associa previsões em períodos mais curtos a maior adaptabilidade empresarial. A ideia é que “drivers de valor” funcionam melhor em momentos de instabilidade do que dados históricos.

5. FP&A Business Partnering e liderança

A abordagem de FP&A Business Partnering busca melhorar o desempenho da organização com base na parceria e na relação de confiança com todos os stakeholders.

O modelo é considerado uma evolução do modelo tradicional de FP&A. Os profissionais do setor passam a avaliar processos, pessoas e tecnologia em uma verdadeira parceria de negócios. 

Nesse contexto, a consultoria Ernst & Young (EY), acredita ser relevante:

 

  • desenvolver uma estrutura operacional de FP&A capaz de atender às necessidades do negócio;
  • expandir e focar em centros de excelência dedicados a produzir relatórios, dados, análises e controles;
  • aprender sobre as finanças das unidades de negócios para que o FP&A tenha mais eficiência na controladoria e aumente a automatização.

 

O Instituto Business Partner, da Dinamarca, desenvolveu um guia prático que explica que “bons parceiros de negócios conectam os pontos, descobrem e exploram oportunidades”.

Os times de FP&A devem ser constituídos por profissionais de diferentes formações e habilidades. Essa diversificação fará com que a equipe atenda tanto às demandas de negócios quanto às inovações tecnológicas.

Conclusão

O planejamento e análise financeira passam por uma transformação digital e requerem proatividade dos profissionais envolvidos para se adaptar rapidamente às mudanças. 

Além da visão técnica e analítica do negócio, as habilidades em comunicação, liderança e colaboração são cada vez mais recomendadas aos líderes do planejamento financeiro. 

Os times de FP&A conduzem parcerias com stakeholders internos e externos, que trazem valor agregado e elevam a competitividade da empresa. Eles são responsáveis por gerenciar projetos e apoiar diretamente a decisão dos CEOs.

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